A BÍBLIA E A IDOLATRIA DA CIÊNCIA (PARTE 1) — Ronald L. Cooper
Introdução
Uma vez iniciada, a ideia de que a ciência é capaz de descobrir a verdade nunca desapareceu de dentro dos círculos cristãos e não cristãos, e mesmo quando refutada, ela se revive e se reafirma mais fortemente do que antes. Em seu Prefácio da obra The Philosophy of Science and Belief in God [A Filosofia da Ciência e a Crença em Deus] de Gordon Clark, John Robbins diz que “tanto cristãos como não cristãos geralmente acreditam que a ciência é um corpo crescente de conhecimento sobre o universo. O conhecimento científico… foi extraído da natureza… por um grupo de homens e mulheres extremamente inteligentes, altamente educados, desinteressados e escrupulosamente honestos”.[1] No século XIX, e mesmo antes desse tempo, acreditava-se que a ciência, especialmente a física, não apenas descobre a verdade, mas era cada vez mais considerada a única porta de entrada para todo o conhecimento. Essa proposição não comprovada, mas amplamente aceita, intimidou muitos teólogos que sentiram a necessidade de reinterpretar a Bíblia, particularmente o livro de Gênesis, para acomodar os pontos de vista da ciência. As sociedades modernas de pesquisa da criação, administradas por cientistas que são cristãos, também promovem a falsa ideia de que existe uma verdadeira ciência. Henry Morris, do Institute for Creation Research (ICR), declara: “A verdadeira ciência sempre corrobora as Escrituras”.[2] Jeff Miller, da Apologetics Press, referindo-se à primeira e à segunda lei da termodinâmica, diz: “Até onde a ciência pode dizer, suas leis nunca foram violadas. Elas não têm exceção”.[3] Inúmeros teólogos, escrevendo na Christian Scholar’s Review, argumentam que as leis da ciência são verdadeiras e devem ser integradas à teologia, com as duas aprendendo com a outra.[4] Até o teólogo reformado R. C. Sproul, que argumenta que o acaso não pode ser a causa de nada, parece abraçar a possibilidade de que a ciência possa encontrar a verdade: “O acaso como força real é um mito. Ele não tem base na realidade nem lugar na investigação científica. Para que a ciência e a filosofia continuem o avanço do conhecimento, o acaso deve ser desmitificado de uma vez por todas”.[5]
Ataques Históricos da Ciência às Escrituras
A partir da Idade Média, o primeiro grande ataque à autoridade das Escrituras foi lançado por Copérnico, que desafiou o modelo de Ptolomeu, que considerava a Terra o centro do universo. A visão heliocêntrica, embora temporariamente contestada por Roma, ganhou impulso, e recebeu um tremendo impulso de Isaac Newton, que, devido à sua lei de ação à distância, exigia que todos os planetas, inclusive a Terra, girassem em torno do Sol.[6] Andrew White escreveu uma história abrangente documentando o ataque da ciência à teologia, que incluía o ataque copernicano.[7] No século XIX, a heliocentricidade foi assumida pela maioria das pessoas como um fato estabelecido.[8]
O segundo ataque significativo às Escrituras foi da geologia, baseado em parte nos escritos de James Hutton[9] e Charles Lyell,[10] que desafiaram a criação literal de vinte e quatro horas, seis dias e a Terra jovem, com a inferência de que a idade da Terra era de milhões de anos.[11] Terry Mortenson analisou os escritos de geólogos do século XIX e afirmou que foi a atitude de Galileu ao desafiar a Terra como o centro do universo que levou à ideia de que a verdadeira ciência (física) pode ajudar a fornecer a verdadeira interpretação da Bíblia. As Escrituras nos falam sobre assuntos espirituais, enquanto a ciência nos diz como o mundo funciona. Foi a crescente autoridade da ciência que levou ao segundo desafio em relação à idade da Terra. Assim como a astronomia produziu uma prova observacional de que a Terra gira em torno do Sol, foi assim que a prova observacional da geologia demonstrou que a Terra era antiga.[12] Isto foi seguido pelo terceiro grande ataque às Escrituras, a saber, a Evolução darwiniana,[13] a ideia de que o homem evoluiu de processos naturais, negando a literalidade de Adão e Eva. Devido a esses três principais ataques, muitos teólogos acharam necessário reinterpretar o livro de Gênesis para acomodar as supostas descobertas pela ciência. De acordo com Babinski, “as passagens geocêntricas da Bíblia foram ‘reinterpretadas’… pelos cristãos, [e] a seguir veio o desafio da idade da Terra”.[14]
A física dos séculos XIX e XX
Na segunda metade do século XIX, houve uma grande mudança entre os físicos para acreditar que a ciência tem o potencial de explicar tudo. Seria apenas uma questão de tempo até que a física pudesse nos contar todas as verdades sobre a localização e a velocidade de cada partícula no universo físico, e isso incluiria o comportamento humano, porque a mente também é composta de partículas.[15] No entanto, esse otimismo em relação às proezas da ciência teve vida curta porque, no final do século XIX e do século XX, houve mudanças drásticas que resultaram em uma perda na crença na certeza. Gordon Clark resume alguns dos principais eventos entre os físicos no abandono das teorias do século XIX.[16] As teorias da relatividade especial (RE), relatividade geral (RG) e mecânica quântica (MQ) foram dois dos desenvolvimentos teóricos mais dramáticos do século XX. Com a relatividade, veio o abandono da crença no movimento absoluto, o fim da independência entre tempo e espaço e a velocidade da luz sendo a mesma para todos os observadores em todos os referenciais. Com o advento da MQ, a posição e a velocidade de certas partículas não podiam mais ser determinadas simultaneamente, e os elétrons, confinados a órbitas discretas (quantizadas), podiam pular entre elas sem viajar.[17]
Não demorou muito para que os filósofos da ciência preparassem um caixão para enterrar a ciência-que-descobre-a-verdade. Thomas Kuhn explica a ciência como paradigmas concorrentes e, quando um é aceito, torna-se ciência normal.[18] A ciência normal continua até que se desenvolva algum tipo de crise em que uma teoria existente não pode explicar algumas novas observações.[19] Segundo Karl Popper, a ciência consiste apenas em opiniões ou conjecturas e suas refutações, e “… nem a observação nem a razão podem ser descritas como uma fonte de conhecimento, no sentido em que foram reivindicadas como fontes de conhecimento, até os dias atuais.”[20] Para Imre Lakatos, a ciência não passa de um conjunto de projetos de pesquisa.[21] O justificacionismo dominou a filosofia por muitos anos, mas essa ideia caiu em descrédito ao concluir da lógica indutiva que “… todas as teorias são igualmente improváveis”.[22]
Mais dúvidas foram lançadas sobre a ciência pelo probabilismo, a visão de que as teorias científicas podem ser, no máximo, altamente prováveis. Essa ideia foi destruída por Popper, que afirmou que todas as teorias não são apenas prováveis, mas são igualmente improváveis.[23] Na visão de Lakatos, um projeto de pesquisa dura até que outro considerado mais poderoso o substitua. O renomado astrofísico Stephen Hawking concorda que não há nada verdadeiro sobre a ciência: “Qualquer teoria física é sempre provisória, no sentido de que é apenas uma hipótese: você nunca pode prová-la. Não importa quantas vezes os resultados dos experimentos estejam de acordo com alguma teoria, você nunca pode ter certeza de que da próxima vez o resultado não contradirá a teoria”.[24] Hans Reichanbach diz: “O caminho para a compreensão do passo da experiência para a predição está na esfera lógica; para encontrá-lo, precisamos nos libertar de um preconceito profundamente impregnado: do pressuposto de que o sistema de conhecimento deve ser um sistema de proposições verdadeiras”.[25] O mais próximo que podemos chegar do conhecimento é ter um sistema de apostas (probabilidades). Depois de discutir os desenvolvimentos na física nuclear do século XX, Max Born diz: “O enigma da matéria ainda não foi resolvido, mas é reduzido ao problema das partículas definitivas… Chegamos ao fim de nossa jornada nas profundezas da matéria. Buscamos um terreno firme e não o encontramos”.[26] O filósofo Bertrand Russell, que rejeitou o Cristianismo, disse sobre o método científico: “Todos os argumentos indutivos, em última instância, se reduzem à seguinte forma: ‘Se isso é verdade, aquilo é verdade: ora isso é verdade, portanto, aquilo é verdade’. Esse argumento é, certamente, formalmente falacioso. Suponha que eu dissesse: ‘Se o pão é uma pedra e as pedras alimentam, então este pão me alimentará; ora este pão me alimenta, portanto ele é uma pedra, e pedras são alimentos’. Se eu propusesse tal argumento, certamente seria considerado tolo, mas não seria fundamentalmente diferente dos argumentos nos quais todas as leis científicas se baseiam”.[27]
Apesar de abandonar a crença no determinismo e no mecanismo pela maioria dos envolvidos na ciência, Clark afirma que o público em geral parece estar ciente de que os grandes avanços da tecnologia no século XX têm algo a ver com as leis recém-descobertas da física, especialmente a relatividade de Einstein.[28] O que não é entendido é que isso não significa que novas leis foram adicionadas às antigas, mas as novas substituíram as antigas.[29] Clark dá alguns exemplos, começando com a primeira lei do movimento de Newton ou a lei da inércia, que diz que um corpo em movimento continua em movimento retilíneo até que uma força externa seja imposta sobre ele.[30] Isso foi substituída pela RE, no qual todos os corpos estão se movendo; portanto, não há pontos fixos pelos quais o movimento retilíneo possa ser medido. Clark, citando Newton, reconhece que também existe um problema com a lei da inércia para corpos supostamente em repouso porque todos os corpos estão supostamente em movimento.[31]
Ernst Mach, comentando o experimento de movimento absoluto de Newton,[32] disse que podemos pensar em um sistema ptolomaico da Terra-centrada ou no sistema copernicano porque cada um é igualmente válido.[33] Mach não acreditava no movimento absoluto ou no espaço absoluto, mas pode-se supor que o balde de Newton esteja fixo em relação aos corpos celestes que giram em torno dele. Possivelmente porque Clark não discordou da visão aceita do heliocentrismo, ele não considerou os comentários de Mach sobre o movimento absoluto.[34] Se começarmos com a suposição de rotação absoluta da Terra, então o equador se tornará achatado, onde a força da gravidade é reduzida, o plano do pêndulo de Foucault[35] gira, etc.: “Todos esses fenômenos desaparecem se a Terra estiver em repouso e os outros corpos celestes são afetados pelo movimento absoluto ao seu redor, de modo que o mesmo movimento relativo é produzido. Este é, de fato, o caso, se começarmos, ab initio, com a ideia de espaço absoluto”.[36] O que temos aqui é uma escolha filosófica, e não científica,[37] e ambos os sistemas ptolomaico e copernicano estão corretos, este último tendo sido escolhido devido mais à simplicidade.[38] Até mesmo Einstein, comparando o sistema da Terra-centrada com o sistema copernicano, disse: “Mas como o movimento é relativo e qualquer referencial pode ser usado, parece não haver razão para favorecer um SC [sistema de coordenadas] em vez de o outro”.[39] Este artigo não enfoca detalhadamente os argumentos a favor de um universo geocêntrico com a Terra imóvel, uma visão rejeitada pelos astrônomos seculares. Infelizmente, embora existam aproximadamente setenta versículos das Escrituras que defendem uma Terra fixa e um Sol em movimento, o heliocentrismo é aceito pela maioria dos astrônomos cristãos e pelas organizações de criação parachurch.[40] Os Ministérios do CMI defendem fortemente o heliocentrismo, como demonstrado por Jonathan Sarfati[41] e Robert Carter.[42] Além do erro de afirmar que a ciência é uma fonte de verdade, a desculpa típica para ignorar os muitos versículos bíblicos é que o geocentrismo é apenas uma linguagem fenomenológica ou possivelmente poética. No entanto, um astrônomo cristão, Geradus Bouw, defende o geocentrismo com base nas Escrituras,[43] e um modelo matemático geocêntrico pode ser construído com a mesma validade do modelo heliocêntrico.[44] Se a Terra não se move, teremos movimento absoluto e espaço absoluto. Newton não pôde demonstrar movimento absoluto porque acreditava no heliocentrismo, em vez do geocentrismo ensinado nas Escrituras, e considerava o sistema solar um sistema isolado, independente do restante do universo.[45]
Com a aceitação do movimento relativo, a primeira lei de Newton teve que ser abandonada, e esse foi o motivo alegado pela RE de Einstein.[46] No entanto, havia uma razão muito mais importante para a teoria de Einstein. No final do século XIX, um experimento foi conduzido por dois físicos, Michaelson e Morley (MM),[47] que tentaram medir a velocidade da Terra enquanto se movia pelo éter em sua rotação em torno do Sol. Esses resultados indicaram chocantemente que a Terra não estava se movendo. Foram tomadas medidas imediatas para explicar esses achados, sendo um dos primeiros a invenção de medidores de encolhimento que afetavam a medição de tal maneira que o resultado nulo era obtido. Einstein eliminou o resultado nulo de MM ao negar a existência do éter em sua teoria da RE. A relatividade especial fez da Terra um sistema de coordenadas arbitrário, e não uma estrutura de referência fixa. De acordo com Arndts, “a suposição de que a Terra está em movimento — junto com os dados do experimento Michaelson-Morley — levou diretamente aos postulados da relatividade especial”.[48] Assim, a principal razão para a RE foi evitar a conclusão impensável de MM de que a Terra não se move, o que destruiria o sistema copernicano.
O primeiro postulado da RE é que as leis da física são as mesmas em todos os sistemas de referência inercial, o que significa que não podemos detectar movimento absoluto ou uniforme por nenhum teste científico. No entanto, problemas significativos surgiram com essa nova teoria. Primeiro, enquanto se afirma que a RE foi validada por vários testes (por exemplo, por Hafale e Keating para testar se os relógios diminuem a dilatação do tempo e o experimento de Frisch e Smith), a avaliação de Arndts é de que existem muitas dificuldades nesses testes — eles não são credíveis.[49] Outro problema sério para a RE foi o desenvolvimento da MQ, que, de acordo com o princípio da incerteza de Heisenberg, pequenas partículas[50] são diferentes de partículas grandes, pois são governadas por funções de probabilidade e não por leis fixas.[51] Problemas no segundo postulado da RE, a velocidade da luz constante em todos os referenciais também vieram da MQ, em que os elétrons podem mudar de órbita instantaneamente sem viajar, e uma partícula pode afetar outra distante simultaneamente (conhecida como rotação), o que também contradiz a RE.[52] Ainda outra dificuldade para a velocidade da luz é que a gravidade deve ser infinita em velocidade ou bilhões de vezes mais rápida que a luz, ou planetas não manteriam suas órbitas.[53]
Enquanto a RE foi projetada para minimizar o resultado de MM do movimento absoluto, o movimento absoluto pelo efeito inercial pode ser detectado devido a uma mudança de direção ou velocidade.[54] Nesse caso, o observador dentro da nave espacial do elevador em aceleração pode detectar a aceleração, indicando que há movimento absoluto, que ainda apresentou um problema para Einstein devido ao resultado nulo de MM.[55] Se houver movimento absoluto, também haverá espaço absoluto, o que é inconsistente com a RE. A maneira como Einstein lidou com esse problema foi desenvolver a teoria da RG, que postulou que aceleração e gravidade eram a mesma coisa. No entanto, Arndts demonstrou que eles são apenas as mesmas sob determinadas condições e não são as mesmas sob outras condições.[56] “As conclusões de Alice-no-País-das-Maravilhas encontradas na relatividade geral são o resultado da suposição de Alice-no-País-das-Maravilhas de que aceleração e gravidade são a mesma coisa.”[57] Ele diz que tudo isso era necessário para evitar a conclusão inaceitável de que a Terra está imóvel no centro do universo. Outro problema sério é que enquanto a RE aboliu o éter, a RG o trouxe de volta. Arthur Eddington, um defensor da relatividade de Einstein, disse: “Alguns cortariam o nó górdio negando o éter por completo. Não consideramos isso desejável, ou, tanto quanto podemos ver, possível; mas negamos que o éter precise ter propriedades que separem o espaço e o tempo da maneira suposta.”[58] O espaço era novamente uma substância com qualidades físicas, incluindo curvatura quando as massas estão próximas.[59] No entanto, o mais importante a ser observado é o fato de que não houve nada descoberto na RE ou na RG, e elas foram projetadas principalmente para minimizar os resultados de MM.[60] Não apenas a RE e a RG se contradizem, como os vários experimentos conduzidos que supostamente confirmaram a RE levaram a resultados ininteligíveis.
Outra dificuldade significativa surgiu na física do século XX para partículas subatômicas, chamada princípio de incerteza de Heisenberg, que descobriu que a posição e o momento de uma partícula não podiam ser conhecidos simultaneamente, porque qualquer tentativa de mensurá-las causava um distúrbio na partícula. Clark ressalta que a crença anterior de que posição e momento podem ser conhecidos é “… não uma descoberta baseada em observação, mas uma tese a priori adotada por outras razões”.[61] Outro grande problema que começou no século XIX foi se a luz é uma onda ou uma partícula discreta (chamada fóton). Max Planck, por volta de 1900, estudou a relação entre corpos aquecidos e observou diferentes cores de luz emitidas, que ele considerava diferentes frequências de radiação. Ele construiu um modelo no qual havia pequenos osciladores no material que trocavam energia com um campo eletromagnético, não em pacotes discretos em vez de continuamente. O tamanho de cada pacote de energia foi proporcional à frequência da radiação. Einstein combinou o trabalho de Planck sobre frequência com os experimentos de Thomson com raios catódicos, e a ideia do elétron o levou a desenvolver a fórmula para o fóton, E = hν.[62] Apesar desses desenvolvimentos, as duas teorias são contraditórias, e cada uma demonstrou que a outra contradiz certas observações.[63] No entanto, ambas são usadas na física, dependendo de qual aplicação é considerada.[64] O fato de ambas as teorias serem usadas para a luz levou a ideias semelhantes sobre outras partículas. Louis de Broglie postulou que, como a luz tem propriedades duplas, os elétrons também devem ter propriedades duplas. Outra ideia relacionada no final do século XIX sobre o estudo do átomo, era a de que a energia existia em estados discretos quantizados. Em 1913, Niels Bohr desenvolveu o modelo de energia quântica, que dava previsões precisas para o átomo de hidrogênio, mas falhava em átomos com mais elétrons.
As novas ideias de Bohr e de Broglie levaram Erwin Schrödinger em 1925 a desenvolver uma equação, uma forma de equação de onda na física clássica, que poderia prever estados quânticos para átomos com mais de um elétron, concordando com os resultados experimentais.[65] Segundo o físico Paul Tipler, “não podemos derivar a equação de Schrödinger, assim como não podemos derivar as leis do movimento de Newton. A validade de qualquer equação fundamental está em sua concordância com o experimento.”[66] Em outras palavras, a equação de Schrödinger não tem nada a ver com processos reais da natureza; é usada simplesmente porque funciona. Ainda mais bizarro, o quadrado da equação de onda de Shrödinger é magicamente transformado em uma função de probabilidade que oferece a probabilidade de encontrar um elétron em um local específico. A ideia anterior ao século XX de que a luz era uma onda clássica e um elétron era uma partícula clássica desapareceu, e cada um “se comporta como uma onda clássica quando se considera a propagação e como uma partícula clássica quando se considera a troca de energia”.[67] Comentando a teoria corpuscular histórica da matéria, Schrödinger afirma: “O que são realmente esses corpúsculos, átomos e moléculas? Devo confessar honestamente que não sei a resposta assim como não sei de onde veio o segundo burro de Sancho Pança”.[68] Ele também comenta a noção do século XIX de que a matéria era considerada uma substância sólida e havia modelos verdadeiros que poderiam explicar todos os movimentos futuros das partículas, dadas as condições iniciais: “Pelo contrário, agora somos obrigados a afirmar que os constituintes supremos da matéria não têm ‘semelhança’”.[69] Em relação à ideia de verdadeiros modelos de realidade, ele diz: “[Esta] atitude agora foi abandonada… À medida que nosso olho mental penetra em distâncias cada vez menores e em tempos cada vez mais curtos, descobrimos que a natureza se comporta de maneira totalmente diferente do que observamos nos corpos visíveis e palpáveis de nosso entorno, que nenhum modelo moldado após nossas experiências em larga escala pode ser verdadeiro”.[70]
Além das várias contradições entre as teorias da física do século XX, alguns conceitos, como energia, sofreram mudanças significativas de definição, mantendo os mesmos nomes. Dois exemplos flagrantes são a energia e a primeira lei da conservação ou energia. Energia não é nada que possa ser observada. Os pesquisadores, durante o século XIX, a consideravam algum tipo de substância física e, antes disso, era chamada de vis viva, que é parecido ao que hoje chamamos de energia cinética.[71] Outras formas de energia foram inventadas, como energia mecânica, energia química, energia potencial etc. Sua soma representa energia total, que nada mais é do que um método arbitrário de contabilidade. Bridgman, referindo-se a um comentário de Poincaré, diz que quando a conservação de energia parece falhar, apenas inventamos uma nova forma de energia potencial.[72] O conceito de energia estava se tornando cada vez mais intangível, embora o nome permanecesse o mesmo. Comentando a conservação de energia como a soma de energia cinética e potencial, Bridgman diz que o construção deste último só tem significado em termos de operações, sendo arbitrária a escolha de sua posição [73] O engenheiro eletricista Fred Fish, diz: “[Esta] lei não é suscetível à prova matemática, mas toda a experiência leva à conclusão de que ela é verdadeira e deve ser aceita como uma das ‘Regras de Fé’ para o cientista e o engenheiro”.[74] O filósofo da ciência, John Kemeny, diz: “Uma breve olhada na história das leis de conservação indicará que elas se sustentam não tanto por causa de qualquer atributo da natureza, mas por causa de um desejo humano para conservação das leis”.[75]
Uma vez inventada a MQ, o conceito de energia estava se tornando ainda mais intangível, o que apresentava grandes problemas para o conceito de conservação de energia. Segundo Bridgman, “existem fenômenos quânticos que ainda precisam ser tratados por métodos estatísticos, e isso pode significar ter que desistir da conservação em detalhes. Não temos evidências experimentais… do que um elétron está fazendo ao saltar de uma órbita quântica para outra”.[76] Bridgman comenta outros conceitos físicos, como comprimento, que em termos de operações físicas são completamente diferentes se compararmos a medição do diâmetro de objetos físicos comuns com o de elétrons. No primeiro caso, podemos usar algum tipo de régua, mas no segundo caso temos que resolver equações matemáticas eletrodinâmicas combinadas com dados experimentais.[77] Isso significa que o conceito de comprimento tem significados diferentes, dependendo de quais operações são executadas. Não apenas energia, mas muitas outras ficções foram inventadas, como forças, cargas, campos elétricos, campos magnéticos, átomos, calor etc.[78] A construção de força na física é um conceito inventado que surgiu da ideia de empurrar ou puxando objetos comuns. Bertrand Russell disse: “A ‘força’ era conhecida [antes de Einstein] como sendo apenas uma ficção matemática…”.[79] Segundo Kemeny, muitos conceitos, como força, são melhor descritos como fictícios.[80] Por exemplo, na Segunda Lei do Movimento de Newton, não há como medir a força independentemente da lei; portanto, essa é realmente uma definição de força e não de lei. Se substituirmos a força × aceleração (ma) pela força, não precisaremos mencionar nenhuma força. Os conceitos de força, energia, massa, etc. são “livres criações da mente humana”.[81] Em vez de massa e aceleração, poderíamos ter a “masseleração”, M, correspondendo a (m + a), e a “aceleramassa”, A, significando (a - m). Agora, a força F não é m × a, mas ¼(M² - A²). A definição de força é arbitrária e fictícia.[82]
Bridgman, de acordo com Kemeny, diz, sobre os campos elétricos: “Acredito que um exame crítico mostrará que a atribuição da realidade física ao campo elétrico não tem justificativa. Parece-me que qualquer justificativa pragmática para postular a realidade para o campo elétrico está esgotada… Não consigo encontrar um único fenômeno físico ou uma única operação física pela qual a evidência da existência do campo possa ser obtida independentemente das operações que entraram na definição”.[83] Além disso, o campo eletromagnético para mover partículas não tem correspondência com a realidade.[84] Em relação aos átomos, “este [o átomo] é evidentemente uma construção, porque ninguém nunca experimentou diretamente um átomo, e sua existência é inteiramente inferencial. O átomo foi inventado para explicar a combinação constante de pesos em química”.[85] Outra ficção é o conceito de calor. Bridgman diz: “No caso geral, não é possível encontrar algo que possamos chamar de calor como tal… O conceito de calor é, no caso geral, uma espécie de conceito de cesto de lixo, definido negativamente em termos de energia restante quando todas as outras formas de energia são levadas em conta”.[86] A primeira lei da termodinâmica, dE = dW + dQ,[87] a conservação de energia, é supostamente a lei mais bem testada da física.
De acordo com Henry Morris, tudo o que Deus criou, incluindo toda a massa, pode ser expressada como energia; Deus concluiu sua criação no sexto dia; portanto, a quantidade total de energia no universo é constante, ou seja, nenhuma energia adicionada e nenhuma destruída: “Agora nada está sendo criado e foi isso que finalmente foi formalizado pela ciência na primeira lei da termodinâmica… a energia total permanece inalterada; nenhuma energia é criada ou destruída, embora sua forma pode e deve mudar. Esta é a primeira lei da termodinâmica, a lei da conservação de energia. Essa lei foi validada nas escalas cósmica e subnuclear e é uma lei verdadeiramente universal, se houver tal coisa”.[88]
O filósofo da ciência Kemeny corrige essa visão errônea: “A suposição que ocorre com mais frequência no texto da física moderna é que a natureza obedece a certas leis de conservação… mas uma breve olhada na história das leis de conservação indicará que elas se sustentam não tanto por causa de qualquer atributo da natureza, mas por causa de um desejo humano para conservação das leis”.[89] Para Bridgman,“a primeira lei da termodinâmica adequadamente entendida não é uma afirmação de que a energia é conservada, pois a afirmação de energia sem conservação não tem sentido”.[90] Em outras palavras, a primeira lei é uma definição. A Segunda Lei da Termodinâmica, ou a lei da entropia — que é frequentemente usada por apologistas cristãos confusos para argumentar que essa é uma prova de que o universo teve um começo — é tão imaginária quanto a Primeira Lei. Uma definição é que ela mostra que o calor, um conceito fictício, é sempre transferido de um corpo de temperatura mais alta para um corpo de temperatura mais baixa, com os dois corpos em contato. Outra definição, baseada em análise estatística, diz que a entropia máxima[91] ocorrerá no estado mais provável de um sistema.[92] Enquanto a Segunda Lei nos diz que os sistemas de energia perdem sua capacidade de trabalhar com o tempo, há uma pequena probabilidade de que a entropia possa se reverter.[93] Nada pode ser provado pela Segunda Lei. Uma maneira de considerar os conceitos de física é como um conjunto de regras arbitrárias para operar em laboratório. Clark diz que o significado do operacionalismo de Bridgman não deve ser despercebido: “Comprimento, massa, carga elétrica e todos os conceitos de física são descrições de operações realizadas em laboratórios. Elas não são descrições de objetos naturais ou realidades físicas”.[94]
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[1] John W. Robbins, Prefácio, Gordon H. Clark, The Philosophy of Science and Belief in God, The Trinity Foundation, [1964] 1996, vii.
[2] Henry M. Morris, “True Science”, Days of Praise (10 de outubro de 1995), Institute for Creation Research. John W. Robbins, em seu artigo “The Hoax of Scientific Creationism”, Trinity Review, agosto de 1987, acusou o movimento de criação científica (que tentaram inseri-lo no currículo das escolas públicas e, posteriormente, falhou) que merecia falhar porque era enganoso. Henry Morris, um dos líderes do movimento de criação científica fez forte exceção ao argumento de decepção de Robbins, afirmando que não havia outra maneira de tornar a criação aceitável nas escolas públicas do que deixar a Bíblia de fora do argumento (Henry M. Morris, “Is Creationism Scientific?” Acts & Facts, Institute for Creation Research, Vol. 16, Nº 12, dezembro de 1987). Em sua resposta a Robbins, Morris replicou que existe uma verdadeira ciência e a pseudociência do humanismo evolucionário, que mostra novamente que ele considera a ciência como uma fonte da verdade, assim como as Escrituras. No entanto, Robbins salienta corretamente que a ciência nunca pode descobrir a verdade, portanto o criacionismo científico é um oxímoro.
[3] Jeff Miller, “Couldn’t There Have Been Exceptions to the Laws of Science?” Apologetics Press, 2010 http://apologeticspress.org/APContent.aspx?category=12&article=3713.
[4] Um exemplo típico é Alan G. Padgett, “The Mutuality of Theology and Science: An Example from Time and Thermodynamics,” Christian Scholar’s Review, Vol. XXVI, No. 1 (1996), pp. 12-35. Segundo Padgett, “… é preciso haver um diálogo contínuo entre teologia e ciência, no qual cada disciplina aprende com a outra” (p. 31).
[5] R. C. Sproul, Not a Chance, Baker Books, 1994, p. 214. É interessante que Sproul se refere a Clark, que rejeitou a epistemologia empírica: “Por causa do problema de sujeito e objeto, Clark insistiu que, através da percepção sensorial, nunca podemos superar as probabilidades. A certeza vem somente da razão e da Bíblia”. Nenhuma dessas afirmações é verdadeira. Clark argumentou que nunca podemos superar a percepção dos sentidos, porque ninguém sabe o que isso significa, e a epistemologia de Clark não é a razão e a Bíblia, mas apenas a última. Clark nunca menciona probabilidades. Além disso, Sproul apela a John Montgomery, cuja epistemologia é o empirismo, alegando que ele é um “fervoroso defensor das Escrituras” (p. 95). Tanto Sproul quanto Montgomery endossam o argumento empirista tolo: “Você não lê [isto é, tem percepção sensorial de] a sua Bíblia?”
[6] No sistema solar, a massa da Terra era considerada pequena demais para o Sol girar em torno dela. Andrew White documentou o ataque do heliocentrismo ao geocentrismo da Bíblia. Andrew D. White, A History of the Warfare of Science with Theology in Christendom, D. Appleton and Company, 1896, Capítulo III.
[7] Veja White, A History of the Warfare of Science with Theology in Christendom.
[8] Para uma história de como a visão heliocêntrica substituiu a geocentricidade, consulte Dorothy Stimson, The Gradual Acceptance of the Copernican Theory of the Universe, 1917. Também, J. L. E. Dryer, His-tory of the Planetary Systems from Thales to Kepler, Cambridge UP, 1906.
[9] James Hutton, Theory of the Earth, Burlington House, 1899.
[10] Charles Lyell, Principles of Geology, John Murray, 1830.
[11] Vale ressaltar que uma revolução na geologia vem ocorrendo desde a segunda metade do século XX, análoga à da física, discutida neste artigo. Anteriormente, acreditava-se que a coluna geológica baseada em suposições uniformitárias e o registro fóssil davam uma descrição precisa das idades relativas dos estratos. Agora, isso é desafiado na geologia convencional devido a considerações sobre continentes em movimento e extinções cataclísmicas de espécies animais. Veja Brian J Skinner, “Can You Really Believe the Evidence? Two Stories from Geology”, American Scientist, Vol. 74, Nº 4 (julho/agosto de 1986), pp. 401-409. Skinner também afirma que o desenvolvimento ou a datação radiométrica revolucionou a maneira como os geólogos pensam sobre a Terra (p. 403).
[12] Terry Mortenson, “British Scriptural Geologists in the First Half of the 19th Century: Part 1”. CEN Tech. J., Vol. 11, Nº 2 (1997), p. 224. Segundo Mortenson, existia um grupo de geólogos cristãos no século XIX que defendia a precisão literal de Gênesis 1—11, contestando as longas idades estimadas pelos geólogos seculares. Eles foram atacados e ridicularizados por serem incompetentes, o que é semelhante aos ataques atuais aos atuais ministérios da criação da Terra jovem.
[13] Para uma discussão sobre a influência de Eding e Taylor, foi o reverendo Robert Malthus o principal responsável pelas origens da teoria de Darwin, baseado principalmente em sua visão de que o homem é um bruto primitivo que está sob o controle de princípios determinísticos de crescimento populacional e de crescimento da oferta de alimentos.
[14] Edward T. Babinski “From Abandoning Geocentrism to Accepting Evolution: A Liberal Trend Among Christians?” acesso em 29 de agosto de 2019, https://cretinism-vs-evilution.blogspot.com/2012/03/liberal-trend-amongevangelicals.html.
[15] Gordon H. Clark, The Philosophy of Science and Belief in God, p. 39. Clark resume o movimento da filosofia mecanicista do final do século XIX (pp. 38-48). Até a mente humana nada mais era do que as propriedades físicas totalmente explicáveis pelos processos naturais. Veja também Gordon H. Clark, Behaviorism and Christianity, The Trinity Foundation, 1982. Para um resumo de Clark, veja W. Gary Crampton, “The Biblical View of Science”, The Trinity Review (janeiro de 1997).
[16] The Philosophy of Science and Belief in God, pp. 63-95.
[17] Russell T. Arndts, Geocentricity, Relativity and the Big Bang, Lindquist Books, 2008, pp. 117-127.
[18] Thomas S. Kuhn, The Structure of Scientific Revolutions, Terceira Edição, U of Chicago P, 1996, p. 10.
[19] Kuhn, pp. 66-76.
[20] Karl Popper, Conjectures and Refutations, Routledge, 1963, p. 5.
[21] Imre Lakatos, “Falsification and The Methodology of Scientific Research Programmes”, Imre Lakatos & Alan Musgrave, editors, Criticism and the Growth of Knowledge, Cambridge UP, 1993.
[22] Lakatos, p. 95. Alguns filósofos da ciência deram declarações contraditórias. Por exemplo, James Jeans diz: “A física nos fornece conhecimento exato porque é baseada em medidas exatas”. Em seguida ele diz: “Nossos estudos nunca podem nos colocar em contato com a realidade, e seu verdadeiro significado e natureza devem estar sempre escondidos de nós” (Sir James Jeans, Physics & Philosophy, The MacMillan Company, 1945, pp. 7, 16). No final de seu livro, ele diz que não há conclusões da física moderna sobre determinismo, causalidade ou livre-arbítrio (p. 217).
[23] Stephen Thorton, “Karl Popper”, www.Plato.stanford.edu (5 de fevereiro de 2013), p. 4.
[24] Stephen Hawking, A Brief History of Time, Bantam Books, 1990, p. 10.
[25] Hans Reichenbach, Experience and Prediction, U of Chicago P, 1957, p. 404.
[26] Max Born, The Restless Universe, Dover, 1951, p. 277.
[27] Bertrand Russell, The Scientific Outlook, W. W. Norton & Company, 1959, pp. 74-75.
[28] Clark, p. 63.
[29] No entanto, isso não significa que as leis antigas não sejam mais usadas. Por exemplo, quase toda a física e engenharia aplicada fazem uso das leis do movimento de Newton.
[30] Esta não é realmente uma lei da física, mas apenas uma suposição arbitrária.
[31] Clark, pp. 65-66.
[32] Em seu experimento com balde, Newton torceu uma corda ligada a um balde cheio de água e depois a soltou. A princípio, a superfície da água ficou plana e depois tornou-se côncava, indicando que estava girando. Newton argumentou que a água estava girando em relação a um espaço fixo.
[33] Ernst Mach, The Science of Mechanics, The Open Court Publishing Co., 1919, pp. 542-543.
[34] Clark, p. 67.
[35] O pêndulo de Foucault supostamente provou que a Terra gira sob um pêndulo fixo, mas esse experimento é artificial e não prova nada. Veja Malcom Bowden, True Science Agrees with the Bible, Bromley Publications, 1998, pp. 510-511.
[36] Mach 231.
[37] Em defesa de Clark, ele reconhece que os conceitos de espaço absoluto versus espaço e movimento relativos são mais filosóficos do que científicos (The Philosophy of Science and Belief in God, p. 68).
[38] Mach, 232.
[39] Albert Einstein and Leopold Infeld, The Evolution of Physics, Simon and Schuster, 1938, p. 223.
[40] Donald B. DeYoung diz: “A observação mostra claramente o movimento da Terra”, Astronomy and the Bible, The Baker Book House, 1988, p. 15. Paul M. Steidl diz que depois que Galileu declarou que a Terra se move, “foi demonstrado que a Terra se move em torno do Sol…”, The Earth, the Stars, and the Bible, Presbyterian and Reformed Publishing Company, 1982, p. 6. Danny Faulkner, “Geocentrism and Creation”, Journal of Creation, 15(2): 110-121 (agosto de 2001). Enquanto apóia o modelo heliocêntrico, ele admite que a única diferença entre o modelo heliocêntrico e o tychiano é uma mudança de coordenadas (p. 120).
[41] Robert Carter e Jonathan Sarfati, “Why the Universe does not Revolve around the Earth”, CMI Ministries (2 de fevereiro de 2015), www.creation.com. Um artigo adicional de Carter, “Refuting Geocentrism Absolute”, foi publicado no Ministério CMI (6 de setembro de 2016). Carter, acreditando que existem duas fontes de verdade — a Bíblia e a ciência — afirma: “O geocentrista vai longe demais ao rejeitar dados e teoria científica sólida. No final, eles ficam com um universo que não pode ser explicado cientificamente” (p. 11).
[42] Gerald Aardsma, do ICR, afirma que a ciência moderna rejeitou a geocentricidade devido à sua adoção da relatividade. Gerald E. Aardsma, “Geocentricity and Creation”, Impact , Nº 253 (julho de 1994), Institute for Creation Research.
[43] Geradus D. Bouw, “Derivation of the Geocentric Equations for a Daily-Rotating Universe”, Biblical Astronomer, número 142. Gerardus D. Bouw, A Geocentricity Primer, The Biblical Astronomer, [1999] 2004. Ao discutir o teste de MM do movimento da Terra, Arndts diz: “O experimento Michaelson-Morley produz um resultado nulo. A interpretação direta desses dados é que a Terra repousa imóvel no éter. Apesar dos pesquisadores não serem capazes de mostrar que a Terra está se movendo, muitos cientistas se sentem compelidos a assumir que a Terra está em movimento” (Russell T. Arndts, Geocentricity, Relativity and the Big Bang, Lindquist Books, 2008, p. 34).
[45] Isaac Newton, Proposição 43. Em sua Proposição 43, fora do Principia, Newton afirmou que é possível um sistema geocêntrico no qual a Terra é o centro e o universo gira em torno da Terra. Isso foi citado em um artigo do apologista católico romano Robert Sungenis, “How Can the Larger Sun Rotate Around the Smaller Earth?” [“Como Pode o Sol Maior Girar em Torno da Terra Menor?”], 19 de fevereiro de 2016, www.galileowaswrong.com.
[46] Clark, pp. 64-68.
[47] Arndts, pp. 17-32. Arndts afirma que alguns autores acreditam erroneamente que o experimento de MM foi projetado para testar a existência de um éter, mas o objetivo do teste era medir a velocidade da luz através do éter.
[48] Arndts, p. 33.
[49] Arndts, pp. 91-115.
[50] Arndts, pp. 117-120.
[51] Paul Tipler, Modern Physics, Worth Publishers, Inc., 1978, pp. 186-187.
[52] Arndts, p. 124.
[53] Arndts, pp. 127-128.
[54] Supostamente, e o observador pode detectar essa aceleração olhando pela janela de seu elevador acelerado.
[55] Arndts, p. 133.
[56] Arndts, pp. 133-151. No experimento mental de Einstein, o observador dentro do elevador acelera na mesma velocidade que a gravidade na Terra. Mas não há razão para que o observador interior não possa mudar a aceleração. Outro problema é que, se duas pedras a alguma distância afastadas forem derrubadas simultaneamente no elevador, elas atingirão o chão ao mesmo tempo, mas as pedras caídas sob condições de gravidade apontam para o centro da Terra. Uma implicação absurda dessa teoria é que a força externa sobre uma pessoa em um carrossel é devida a mudanças nas forças gravitacionais.
[57] Arndts, p. 151.
[58] A. S. Eddington, Space, Time and Gravitation, Cambridge UP, 1921, p. 39.
[59] Esta afirmação foi dada em um discurso “Ether and the Theory of Relativity”, proferido em Berlim em 1920. Foi reimpresso em Sidelights on Relativity, Methuen, 1922. Thomas L. Swihart, Quantitative Astronomy, Prentice Hall, 1992, pp. 258-262.
[60] Além de mostrar contradições na teoria da relatividade, Arndts inclui uma discussão de quatro testes projetados para confirmar a teoria especial da relatividade e suas falhas em fazê-lo (pp. 91-115). Para uma revisão adicional das contradições da teoria da relatividade e dos quatro experimentos, veja Malcom Bowden, True Science Agrees with the Bible, pp. 445-481. Bowden também apóia o modelo de geocentrismo, que é claramente ensinado na Bíblia, e ele relata um experimento em 1913 de Sagnac que mostrou resultados consistentes com sendo um éter que circunda a Terra, ao contrário de Einstein que a abandonou (pp. 449-515).
[61] Clark, p. 70.
[62] Tipler, Modern Physics, pp. 118-119. E é energia total, h é a constante de Planck e ν é a frequência do fóton.
[63] Clark, pp. 70-72.
[64] Tipler, pp. 70-72.
[65] Tipler, pp. 202-237.
[66] Tipler, p. 204.
[67] Tipler, p. 190.
[68] Erwin Schrödinger, What Is Life? & Other Scientific Essays, Doubleday Anchor Books, 1956, p. 177. Sancho Pança foi um personagem em Dom Quixote.
[69] Erwin Schrödinger, Science & Humanism, Cambridge UP, 1952, p. 17.
[70] Schrödinger, Science & Humanism, p. 25.
[71] Descartes, Leibniz e outros que os seguiram viram a vis viva como algum tipo de força que de alguma forma é conservada. Outro conceito foi desenvolvido chamado princípio da menor ação, o que levou a muita confusão sobre o princípio da conservação. De Joules, surgiu a ideia de que o calor pode ser transformado em energia mecânica, e de Carnot foi desenvolvida a noção de que o calor flui de temperaturas mais altas para mais baixas, mas com a constante total. No início do século XIX, o conceito de energia começou a assumir a forma de uma substância. Mais tarde neste século, a ideia de energia potencial foi adicionada à energia cinética, e muitos acreditavam que todos os fenômenos, incluindo todas as forças, poderiam ser reduzidos a energia e mecânica. O conceito de energia tornou-se o princípio organizador de toda a física. Mas quando isso aconteceu, a energia se tornou menos substância e mais abstrata. Para uma discussão interessante de como o conceito de energia e conservação evoluiu historicamente, veja Philp Mirowski, More Heat than Light, Cambridge UP, 1989.
[72] P. W. Bridgman, The Logic of Modern Physics, The Macmillan Company, 1961, p. 115.
[73] Bridgman, pp. 108-109.
[74] Fred A. Fish, Fundamental Principles of Electric and Magnetic Circuits, McGraw-Hill Book Company, Inc., 1920, p. 6. O primeiro conceito de energia a ser conservado foi a energia cinética, mas quando foi constatado que não era conservada, foi adicionada energia potencial para manter a conservação. Eventualmente, outras coisas foram adicionadas para manter a conservação, mas o conceito de energia havia mudado. As pessoas acreditam erroneamente que a lei da conservação permaneceu a mesma.
[75] John G. Kemeny, A Philosopher Looks at Science, D. Van Nostrand Company, Inc., 1959, p. 55.
[76] Kemeny, p. 116.
[77] Kemeny, pp. 5, 10, 21-22. Bridgman sobre esse ponto também é citado por Clark, The Philosophy of Science and Belief in God, pp. 78-79.
[78] HM Schey, Div, Grad, Curl and All That, W. W. Norton & Co, 1973, p. 5.
[79] Bertrand Russell, The ABC of Relativity, Signet Science Library Books, 1958, p. 15. Ele também diz que era geralmente reconhecido antes de Einstein que todo movimento é relativo.
[80] Kemeny, p. 131. Até Bridgman admite que conceitos, como campos, não correspondem a nada no mundo real.
[81] Kemeny, p. 138.
[82] Veja a nota acima.
[83] Bridgman, The Logic of Modern Physics, pp. 57-58. Bridgman também é citado sobre esse assunto por Clark, p. 77. Comentando mais sobre os campos elétricos, ele diz que existem duas teorias de como o campo funciona, sendo uma ação através de um meio e a outra como ação à distância. Não há como as medidas decidirem qual dessas duas teorias está correta. P. W. Bridgman, The Way Things Are, Harvard UP, 1959, pp. 150-151.
[84] Kemeny, p. 136. Supõe-se aqui que o que Kemeny quer dizer por lei é o mesmo que Bridgman quer dizer com operações físicas.
[85] Kemeny, p. 59.
[86] Bridgman, The Logic of Modern Physics, p. 125.
[87] Esta equação declara que a mudança na energia é igual à quantidade de trabalho realizado em um sistema mais a quantidade de calor adicionada ao sistema.
[88] Henry M. Morris, “The Bible is a Textbook of Science”, Bibliothea Sacra, dezembro de 1964, p. 4.
[89] Kemeny, p. 55.
[90] Bridgman, p. 127.
[91] A entropia é definida de diferentes maneiras. Em termodinâmica, ela refere-se à incapacidade do calor para realizar trabalhos mecânicos, e também pode ser um conceito geral referente a algum tipo de desordem, talvez um fim do universo ou um quarto bagunçado.
[92] J. P. Holman, Thermodynamics, Terceira Edição, McGraw-Hill Book Company, 1980, pp. 190-238.
[93] Holman, p. 190.
[94] Clark, p. 79. Clark inclui uma discussão mais aprofundada sobre o operacionalismo e algumas objeções que foram levantadas contra ele (pp. 81-95).
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Ronald L. Cooper. The Bible and the Idolatry of Science Part 1. The Trinity Review, setembro/outubro de 2019.
Traduzido por Luan Tavares em 03/11/2019.
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